quinta-feira, 1 de junho de 2023

Investimento direto do exterior em Portugal

 O Investimento Direto do Exterior ou Estrangeiro (IDE) dá-se quando uma empresa multinacional ou uma pessoa singular de um país investe nos ativos de outro país ou assume uma participação no capital das suas empresas. Normalmente, assume a forma ao adquirir uma participação numa empresa existente no país estrangeiro ou de criar uma filial para expandir a exploração de uma empresa existente desse país.

 O IDE potencia o desenvolvimento do tecido empresarial das economias recetoras, através da transferência de tecnologia, a criação de emprego, promoção do comércio internacional e acesso a mercados financeiros. Para as entidades investidoras pode proporcionar acesso mais próximo a matérias-primas, ao mercado do produto, ou a fator trabalho mais barato.

 O Investimento Direto Estrangeiro tem evoluído ao longo dos tempos. Portugal, em 2022 teve 248 projetos de IDE anunciados, o que traduz um crescimento de 24% face aos 200 do ano anterior. Com estes projetos, a Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal (AICEP) tem um valor registado de 2,4 mil milhões de euros em investimentos estrangeiros. Assim, Portugal subiu para a sexta posição dos países europeus com mais projetos de Investimento Direto do Exterior, além de ter sido o segundo país da Europa que mais cresceu em número de projetos, segundo a EY European Attractiveness Surrey 2023.

 As vantagens que podemos destacar do Investimento Direto do Exterior são: contribui para o aumento da produção; permite a criação de emprego nos países recetores; e pode acelerar o seu crescimento económico. Também há a transmissão de tecnologia entre países, que pode levar a obtenção de ganhos na produtividade ao introduzir novas formas de gestão e organização de trabalho.

 O Investimento Direto do Exterior assinala a excessiva dependência da economia em relação a este tipo de investimento, tornando-a vulnerável às exigências destes investidores. Muitas vezes, os lucros são investidos noutros países, não permitindo a continuidade do projeto ou limitando a sua expansão.

 Em 2021, com base no Banco de Portugal, a Espanha foi o país que mais investiu diretamente em Portugal. Portugal também foi o maior investidor, ou seja, empresas subsidiárias, portuguesas, fora do país que investem no próprio país. Na seguintes posições estão a França com o Reino-Unido atrás e, por fim, a China.

Maria Rita Santos