Já lhe ocorreu a ideia de que o chocolate em pó que habitualmente utiliza em casa para preparar o seu leite quente parece estar a acabar mais rapidamente? Esta suspeita poderá não ser apenas uma mera impressão sua. Algumas marcas reduziram mesmo a quantidade de produto nas suas embalagens, fazendo com que o consumidor pague o mesmo, ou até mais caro, por uma menor quantidade de produto. Embora esta prática não se enquadre no conceito de fraude, é necessário que a mesma seja claramente comunicada aos consumidores.
Esta tendência é conhecida como "reduflação", um processo que ocorre quando os produtos diminuem em tamanho ou quantidade, mas o seu preço permanece inalterado ou até mesmo aumenta. Este fenómeno é uma consequência do aumento geral dos preços dos bens, causado por diversos fatores, como a perda do poder de compra da moeda e a redução do poder de compra dos consumidores. Desde 23 de fevereiro de 2022 até 1 de março de 2023, o preço de um cabaz de bens alimentares essenciais já aumentou mais de 46 euros (cerca de 25%). Em relação a alguns produtos alimentares, o aumento de preços ultrapassou já os 100% durante o mesmo período, o que evidencia claramente uma subida na taxa de inflação nos últimos meses. Em fevereiro de 2022, a inflação em Portugal chegou mesmo aos 8,2%, segundo o INE.
Os consumidores têm sido, como em todas a crises, os primeiros a sentir o impacto das mudanças do preço na carteira. Contudo, nem sempre é fácil identificar o aumento generalizado de preços, que pode ser ainda mais significativo do que o que é visível para os consumidores. Algumas marcas estão a reduzir o tamanho das suas embalagens e a cobrar o mesmo, ou até mais, por uma menor quantidade de produto. Nos últimos tempos têm surgido muitos exemplos desta prática no comércio em Portugal.
A 1 de novembro de 2022, a embalagem tinha já menos 50 gramas e estava mais cara. Nas lojas Auchan, Continente e Minipreço, uma embalagem de Planta Original Creme para Barrar de 400 gramas custava 3,49 euros, o que se traduz numa subida real de 23,2% face a 1 de março de 2022. No Pingo Doce, a 1 de novembro, o preço estava em 2,79 euros, o que, na realidade, corresponde a 31,38% de aumento em relação a 1 de março do mesmo ano.
Joana Quatorze
Bom trabalho, colega!
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