terça-feira, 21 de março de 2023

Financiamento

 Os agentes económicos, para realizarem investimentos, necessitam de recursos financeiros. A poupança das empresas ou do Estado pode funcionar como um recurso financeiro. Quando o agente económico tem uma poupança superior ao montante do investimento, tratando-se de capacidade de financiamento. Porém, quando os investimentos são superiores ao valor das suas poupanças existe a necessidade de financiamento. O financiamento pode ser interno ou externo.

Financiamento interno

 Quando os agentes económicos têm capacidade de financiamento e decidem investir utilizando fundos próprios ocorre um financiamento interno, podendo também chamar-se também de autofinanciamento.

Financiamento externo

 Ocorre quando o agente económico recorre a recursos alheios para aplicar na atividade económica. Existem diferentes tipos de recursos alheios. O financiamento externo pode ser indireto ou direto.

Financiamento externo indireto

 Os agentes económicos, que necessitam de obter recursos financeiro recorrem a intermediários financeiros, como por exemplo, os bancos (crédito bancário). Estas instituições recolhem os recursos entre os agentes que têm excedentes, através dos depósitos, e concedem empréstimos aos que deles necessitam, ou seja, concedem crédito às famílias, às empresas e ao Estado. Pela concessão desses créditos, cobram-se juros de acordo com o risco de investimento e com o número de anos de utilização do empréstimo e a taxa de juros.

Taxas de juro e uso do crédito

Taxas de juro baixas - Desincentivam a poupança, havendo uma tendência para aumentar o consumo das famílias, com recurso ao crédito, e para aumentar o investimento pelas empresas;

Taxas de juro elevadas - Incentivam a poupança, havendo geralmente uma redução no consumo, a crédito, das famílias e no investimento dos restantes agentes económicos;

Uso do crédito pelas famílias - As famílias, geralmente, recorrem ao crédito para aquisição de bens de consumo – crédito ao consumo;

Uso do crédito pelas empresas - As empresas contraem créditos para manter, ampliar ou modernizar a sua capacidade de produção – crédito à produção.

Financiamento externo direto

 O mercado de títulos é onde se transacionam valores mobiliários, ou seja, documentos ou títulos que confirmam que o seu proprietário é titular de um direito, representando um certo valor sobre uma entidade pública ou privada. Uma das suas principais funções é possibilitar que as empresas ou outras emissoras de valores mobiliários captem recursos diretamente do público investidor em condições mais vantajosas do que as oferecidas pelos empréstimos e financiamentos bancários. O mercado de títulos integra mercados mais especializados, nomeadamente, o mercado primário e o mercado secundário.

Mercado primário

 No mercado primário, são transacionados os títulos que iniciam a sua circulação, isto é, títulos que vão ser negociados pela primeira vez. Constitui uma forma de financiamento externo direto, visto que as empresas obtêm-nos sem recurso a intermediários ou a meios financeiros para investirem nas suas atividades.

Mercado secundário

 No mercado secundário, são transacionados os títulos após a sua emissão. Os investidores negoceiam e trocam entre si os valores mobiliários emitidos pelas empresas, sem qualquer participação das empresas nessas trocas, dando assim liquidez aos títulos emitidos no mercado primário.

Bolsa de Valores

 Em Portugal, o mercado secundário corresponde atualmente à Bolsa de Valores de Lisboa. A bolsa de valores é o lugar de encontro dos proprietários de títulos já emitidos e dos investidores que desejam adquirir esses títulos, ou seja, é aí que se irá efetuar o encontro entre a procura e a oferta de valores mobiliários. A cotação dos títulos, ou seja  (preço) varia de acordo com a oferta e a procura. As oscilações das cotações dos diferentes produtos financeiros podem ser quantificadas através de um índice. Estes produtos cotados em bolsa são vários, como, ações, obrigações, títulos de participação, entre outros.

Henrique Santos

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